segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Mutantes no Psicodália


Preciso exteriorizar a minha faceirice!!!!!!!

Esse ano o psicodália será em outro lugar e em outra data. Vai ser na Fazenda Evaristo, em Rio Negrinho, Santa Catarina. E o melhor: no ano novo, ou seja, tá mais perto do que se fosse no carnaval. Todos esperavam uma grande atração, mas eu nunca imaginei que seria Os Mutantes. Com música nova e outra formação, claro. Sérgio Dias é o único integrante da formação original. Mas vai ser demais, com certeza.

Confere aí no site do festival.

Simbora de van, aqui de Ijuí???

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Copiando textos

Já que no post anterior falei que até o o ctrl+C ctrl+V pode ser autoral, resolvi simplismente compartilhar esse texto aqui no blog.
Vamos praticar o Terrorismo Poético?

TERRORISMO POÉTICO
DANÇAR BIZARRAMENTE A NOITE INTEIRA em caixas eletrônicos de bancos. Apresentações pirotécnicas não autorizadas. Land-art*, peças de argila que sugerem estranhos artefatos alienígenas espalhados em parques estaduais. Arrombe apartamentos, mas, em vez de roubar, deixe objetos Poético-terroristas. Seqüestre alguém & o faça feliz. Escolha alguém ao acaso & o convença de que é herdeiro de uma enorme, inútil e impressionante fortuna - digamos, cinco mil quilômetros quadrados na Antártica, um velho elefante de circo, um orfanato em Bombaim ou uma coleção de manuscritos de alquimia. Mais tarde, essa pessoa perceberá que por alguns momentos acreditou em algo extraordinário & talvez se sinta motivada a procurar um modo mais interessante de existência.
Coloque placas de bronze comemorativas nos lugares (públicos ou privados) onde você teve uma revelação ou viveu uma experiência sexual particularmente inesquecível etc.
Fique nu para simbolizar algo.
Organize uma greve na escola ou trabalho em protesto por eles não satisfazerem a sua necessidade de indolência & beleza espiritual.
A arte do grafite emprestou alguma graça aos horríveis vagões de metrô & sóbrios monumentos públicos - a arte - TP também pode ser criada para lugares públicos: poemas rabiscados nos lavabos dos tribunais, pequenos fetiches abandonados em parques & restaurantes, arte-xerox sob o limpador de pára-brisas de carros estacionados, slogans escritos com letras gigantes nas paredes de playgrounds, cartas anônimas enviadas a destinatários previamente eleitos ou escolhidos ao acaso (fraude postal), transmissões de rádio pirata, cimento fresco...
A reação do público ou o choque-estético produzido pelo TP tem que ser uma emoção pelo menos tão forte quanto o terror - profunda repugnância, tesão sexual, temor supersticioso, súbitas revelações intuitivas, angústia dadaísta - não importa se o TP é dirigido a apenas uma pessoa ou várias pessoas, se é "assinado" ou anônimo: se não mudar a vida de alguém (além da do artista), ele falhou.
O TP é um ato num Teatro da Crueldade sem palco, sem fileiras de poltronas, sem ingressos ou paredes. Para que funcione, o TP deve afastar-se de forma categórica de todas as estruturas tradicionais para o consumo de arte (galerias, publicações, mídia). Mesmo as táticas de guerrilha Situacionista do teatro de rua talvez tenham agora se tornado muito conhecidas & previsíveis.
Uma requintada sedução levada adiante não apenas pela satisfação mútua, mas também como um ato consciente por uma vida deliberadamente mais bela - deve ser o TP definitivo. O Terrorista Poético comporta-se como um trapaceiro barato cuja meta não é dinheiro, mas MUDANÇA.
Não faça TP para outros artistas, faça-o para pessoas que não perceberão (pelo menos por alguns momentos) que o que você fez é arte. Evite categorias artísticas reconhecíveis, evite a política, não fique por perto para discutir, não seja sentimental; seja impiedoso, corra riscos, vandalize apenas o que precisa ser desfigurado, faça algo que as crianças lembrarão pelo resto da vida — mas só seja espontâneo quando a Musa do TP o tenha possuído.
Fantasie-se. Deixe um nome falso. Seja lendário. O melhor TP é contra a lei, mas não seja pego. Arte como crime; crime como arte.
*Tipo de arte que usa a paisagem, normalmente natural, como objeto artístico, sendo a própria natureza (e seus fenômenos, chuva, vento, etc.) elementos constitutivos da obra.
Tradução de Jersson de Oliveira

terça-feira, 19 de maio de 2009

Escrevendo e inscrevendo

Tem momentos que a gente sente necessidade de escrever. Mesmo que o que se queira escrever não tenha nenhum sentido para os outros. Tem momentos que o que mais importa é a catarse.
E eu tô num desses momentos. Por isso resolvi retomar o blog. Na verdade eu queria outro. Quero as coisas com a minha cara daqui pra frente, mesmo que eu não saiba que cara eu tenho. Apesar de eu achar esse blog parecido comigo, eu sinto que ele fala de outra época, não que ele tenha perdido o sentido (ou essa tal outra época), mas simplesmente não sinto que ele fale de mim agora. Em um momento de maior inspiração eu crio outro.

Bom... Esse é um começo. Espero que a sindrome Lispector não me pegue e eu não me bote a escrever e depois delete tudo.
Já pensou como é estranho e como é difícil se reconhecer nas coisas que faz? Na verdade tudo o que a gente escreve (diz, faz...) fala da gente, mesmo quando copiamos algo de alguém. Nunca é anônimo. Quando escolhemos a coisa que vamos copiar, escolhemos por algum motivo que fala da gente. Para a gente. Pela gente. É por isso que escrever é difícil. Porque nem sempre é fácil lidar com as coisas que são nossas.
O psicanalista Edson Souza escreveu num texto certa vez: "A escritura é, por consequência, uma tentativa de conquistar um lugar".
É isso que eu quero, e é só isso. Quero um lugar pra me escrever (inscrever?) no mundo.